O livro “Os problemas da educação no Brasil: Diagnósticos e propostas de solução” acabou de ser lançado e pode ser comprado na Amazon por menos de R$10. Ele explicita um caminho para resolvermos esse que é o segundo maior problema do Brasil, atrás da segurança pública, mas é condição necessária para resolver esse último. É um livro de divulgação científica, apresentando uma visão histórica e econômica sobre as políticas de educação implementadas até hoje, com propostas de soluções. Comprem, repassem, divulguem.

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O livro é subsidiado pelo autor (eu), já que está sendo vendido por menos de R$10 na sua versão eletrônica. Meu objetivo é fazer com que TODOS os interessados no assunto tenham a oportunidade de ler o livro e por isso o preço baixo.

Conheço a realidade do Brasil e sei que para muita gente R$10 é muito dinheiro. Então minha promessa: toda e qualquer pessoa que quiser ler o livro terá oportunidade de fazê-lo. Basta enviar um email a rodrigo.zeidan@nyu.edu dizendo que não pode pagar e explicando em uma linha porque (algo do tipo, sou estudante de baixa renda, não preciso de qqer detalhe) e receberá o arquivo pdf do livro (que não requer Kindle). Agora, uma lição de economia: se todo mundo pode ter de graça, pq estou a) cobrando e b) exigindo que peçam explicitamente pelo livro. Não seria mais eficiente simplesmente dar o livro para todo mundo?

Mesmo descontando que quero recuperar meu investimento financeiro (o de tempo impossível) na edição do livro, a resposta seria não. Em economia usamos os conceitos de risco moral e seleção adversa. Nesse caso, quero ter certeza de que toda pessoa que quer ler o livro o faça, mas não quero que pessoas que não querem ler o livro o recebam. É desperdício. Uma forma de fazer isso é tornar a decisão de receber o livro uma escolha ativa, em vez de passiva. Quando se introduz a necessidade de uma busca ativa por algo, há um filtro: somente aqueles que realmente “precisam” vão tomar a decisão de ir atrás. É também um viés psicológico importante em decisões de política social. Um exemplo é a política opt in e opt out no caso de doação de órgãos. No Brasil e em muitos países do mundo a opção é por opt in, ou seja, você tem que explicitamente dizer que é doador de órgãos. O que acontece? A maioria não o faz, mesmo quando gostaria de ser. No case de uma política opt out, se assume que todos doariam órgãos, a não ser que as pessoas explicitamente escolham não doar. Os resultados são tremendos: na Dinamarca (opt in), o percentual de doadores de órgãos é de 4,25%, enquanto na Suécia, que é opt out, 85,9%. A simples existência de um custo de decisão (opt in ou out) faz uma tremenda diferença. O mecanismo de seleção funciona e revela realmente aqueles que se importam com o assunto, sendo que para a maioria a opção padrão (default) é a escolhida. O livro também pode ser comprado em versão impressa.

Aqui crio de propósito um sistema opt in, no qual TODOS os interessados terão o livro, mas não os não interessados. Claro que há o risco de canibalização via free rider. Mais uma lição de economia. Como seria o free rider no caso do livro? A pessoa que tem R$10 para comprar o livro, está interessada, mas manda um email para rodrigo.zeidan@nyu.edu para receber o PDF de graça. Ou pior, posta o PDF na Internet para todos baixarem sem que eu receba qualquer renda. Sei desse risco, mas prefiro corrê-lo. Aceito receber menos dinheiro em troca de divulgação, pois acho que o assunto beneficia todos os brasileiros. Mas preferiria, claro, discriminação perfeita de preços, no qual os mais interessados e mais ricos pagariam mais e os que não podem nada pagariam. Sei que estou deixando dinheiro na mesa ao precificar o livro com valor muito baixo, mas paciência. Peço em troca que divulguem, mesmo que não concordem com o livro! O debate é bem-vindo. Falamos muito que educação é a saída para o Brasil. Estão publicadas propostas de solução. Mãos a obra!