Uma demonstração de caixa é um registro de entradas e saídas em um período específico de tempo. Para indivíduos, vemos isso nos nossos extratos bancários de conta corrente.
Ao longo do mês vemos entradas e saídas e quanto tem em caixa. Enquanto em um DRE uma tem o lucro líquido como resultado final, no DFC temos o resultado do fluxo financeiro. Começamos mostrando que demonstrativos de conta corrente (o extrato bancário mensal) são as demonstrações de fluxo de caixa para indivíduos.
• A conta corrente como fluxo de caixa.
Vamos começar com um extrato bancário mensal que clientes individuais recebem de seus bancos. Um extrato mensal irá mostrar o saldo corrente na conta bancária na data do extrato. O saldo corrente é o dinheiro que o cliente tem na conta bancaria no dia do extrato. O extrato mensal irá apresentar também a demonstração de fluxo de caixa, uma revisão detalhada da atividade na conta que ocorreu desde o extrato do último mês. Essa demonstração de fluxo de caixa identifica as entradas de dinheiro na conta (créditos e depósitos) e as saídas de dinheiro da conta (pagamentos, saques e taxas). O total de entrada de dinheiro menos o total de saída durante o mês explica a variação entre os saldos iniciais e finais.
• Dinheiro e riqueza.
As pessoas normalmente confundem erroneamente dinheiro e riqueza. Receber dinheiro não necessariamente torna uma pessoa rica. Uma pessoa não se torna automaticamente mais pobre quando gasta dinheiro. A compra de um apartamento é um item de saída de dinheiro no montante que você paga em dinheiro na hora da compra, mas isso não faz você mais pobre (dado que você pagou preço justo pelo apartamento). Quando você compra um apartamento, você não se torna mais pobre, mas sua posição de dinheiro diminui pelo pagamento (que é uma saída de caixa na hora da compra). Se o dinheiro é empresado para a compra usando um empréstimo a prazo, aumentar a divida não tem impacto na sua renda e não tem impacto na sua posição de dinheiro (até você pagar a dívida e os juros). Uma pessoa pode ser “rica” e ter problemas de caixa, ou ser “pobre” e ter saldo de caixa. Na visão do passado uma empresa tinha que ser “rica” e ter patrimônio, mas na visão moderna o que importa é se a empresa é capaz de gerar caixa.
• Demonstrações de fluxo de caixa para uma empresa.
Uma empresa apresenta sua posição de caixa no lado dos ativos no seu balanço patrimonial, i.e. o montante de dinheiro ou ativos líquidos que a empresa possui num tempo específico. A conta do balanço patrimonial, chamada de “Caixa e equivalentes”, é similar ao saldo corrente no extrato bancário de um consumidor individual. Como um consumidor individual, uma empresa pode querer entender a mudança entre o saldo inicial e final. Para explicar como a posição de caixa mudou, uma empresa usa o demonstrativo de fluxo de caixa (DFC). O DFC identifica entradas de dinheiro na conta da empresa e saídas de dinheiro. O total de entrada de dinheiro menos o total de saída durante um período de tempo (mensalmente, trimestralmente, semanalmente ou anualmente) explica a mudança entre o saldo inicial e final, no período. A entrada líquida (saída) para um período aumenta (diminui) a posição de caixa do negócio (como mostrado no balanço patrimonial final versus o balanço patrimonial inicial). O demonstrativo de fluxo de caixa no Modelo Dinâmico é um relatório dinâmico que registra as entradas e saídas de dinheiro num período contábil – uma vez que ele explica a mudança no saldo de tesouraria T. O total de entrada de dinheiro menos o total de saída durante um período de tempo (mensal, trimestral, semanal ou anual) explica a mudança entre o a posição de caixa inicial e final da empresa, que forma parte do saldo de tesouraria T. As entradas líquidas (saídas) para um período aumentam (diminui) T, que é o balancete de tesouraria final versus o inicial.
O demonstrativo consiste em três componentes: operações, investimentos e financiamentos.
1- Operações: Caixa do ciclo de produção
FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL = LAJIDA (-) ΔNCG – Investimentos.
2- Caixa de Atividades de investimentos líquidos
FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL LIVRE (FCOL) = LUCRO OPERACIONAL (-) VARIAÇÃO DA NCG (-) CAPEX 3- Financiamentos: Caixa de atividades de financiamento
CAPTAÇAO (-) AMORTIZAÇAO (-) PAGAMENTO DE JUROS FLUXO DE CAIXA LIVRE PARA OS ACIONISTAS (FCA)
No Modelo, o Fluxo de Caixa livre após impostos [FCL APÓS IMPOSTO (=) FCOL (1 – TAXA DE IMPOSTOS)] gera o FLUXO DE CAIXA LIVRE PARA OS ACIONISTAS (FCA) ou FREE CASH FLOW TO EQUITY. Para medir o fluxo de caixa livre para os acionistas temos que levar em consideração o Fluxo de Caixa da Divida (FCD), que é dividido em dois elementos: de um lado, amortização da dívida e pagamento de juros e do outro os novos recursos captados.
O primeiro lado representa saída de caixa para pagamentos dos juros e diminuição do principal, enquanto o segundo lado tem a entrada de recursos de novas dívidas. O efeito líquido do FDC afeta o Fluxo de Caixa Livre para os Acionistas. FCA= FCL APÓS IMPOSTO (+) FCD